O Evento Simpósio Internacional Horizontes Humanos é um evento itinerante, internacional que congrega professores de diferentes instituições, de diferentes orientações teóricas e está marcado por um discurso que percebe o lugar de fala do sujeito a partir de sua construção cultural e nisso, as questões étnico-raciais, de gênero e que emergiram no discurso social a partir da segunda metade do século XX, sob várias nomenclaturas, tais como discurso Decolonial, Pós-Colonialidade e, mais recentemente o sintético Epistemologias do Sul (Santos; Menezes, 2013) orientam o debate que tem sido proposto historicamente pelo grupo de professores que compõem o Horizontes Humanos. Além disso, historicamente, o diálogo Iberoamericano tem sido valorizado como elemento de identidade do evento, que em suas últimas versões começou a ampliar o diálogo para além desse horizonte territorial e identitário.

            O primeiro simpósio ocorreu na Colômbia, na cidade de Manizales, na Universidad de Manizales, no ano de 2008, com o título de Horizontes Humanos, e congregou 11 conferencistas, provenientes de Colômbia, Chile e Argentina. A partir desse início o evento lançou-se em outras terras, não tendo retornado à Colômbia desde então.

             A segunda edição do evento ocorreu no Chile, em duas universidades, no ano de 2009. Com o título de II Simposio Horizontes Humanos. Convivencia y Diversidad: Desafíos de la Educación. O evento se passou inicialmente nos dias 15 e 16 de novembro, na Universidad de la Serena, em La Serena e, em sequência, no dia 19 de novembro na Universidad de Chile, Santigo. O evento contou com conferencistas Colombianos, Chilenos e Argentinos.

            O terceiro Simposio Internacional Horizontes Humanos, ocorreu outra vez em duas cidades, desta vez na Argentina. A primeira parte aconteceu em Firmat, promovido pela Universidad Nacional de Rosario, nos dias 09 e 10 de setembro de 2011 e em Bariloche, promovido pela Universidad Nacional de Río Negro, nos 16 e 17 do mesmo mês, debatendo a temática Multiculturalismo, diversidad y colonialidad. E contou coma presença de professores colombianos, chilenos e argentinos.

            Sua quarta edição aconteceu na cidade de Sevilla, Espanha, nas datas 10, 11 e 12 de dezembro de 2012, nas dependências da Universidad de Sevilla, com a temática Horizontes Humanos: Emergencias filosóficas, literarias, económicas y educativas, tendo a presença de conferencistas colombianos, espanhóis e venezuelanos.

            Já sua quinta edição se deu na Universidad de Castilla-La Mancha, Espanha, sob a temática Horizontes Humanos: Las diversidades y las inclusiones. Desfronterizar los lenguajes económicos, socioculturales y educativos, e foi sua maior edição até o momento, contando com mais de 20 mesas de conferência, de diversas partes do mundo, a saber, México, Colômbia, Argentina, Brasil, Espanha, França e Itália. Esta edição contou com o apoio institucional da Universidade de Brasília na construção da mesa Las fronteras percibidas desde las diversidades, inclusiones, exclusiones. Nesta edição também ficou acordado a realização do evento no Brasil e, especificamente, na Faculdade de Educação da Universidade de Brasília.

            O evento está em seu décimo ano de existência, e em sua sexta edição, acontecerá na UnB, com a temática VI Simpósio Internacional Horizontes Humanos: “Narrativas, Formações e Práticas de Resistência em tempos de incerteza e intolerância”. Na ocasião aproveitaremos o crescimento do Simpósio –  que se iniciou pequeno, numa universidade colombiana e, desde então ganhou terreno em outros países e hoje é um evento consolidado, que atrai professores de três continentes – para celebrarmos o décimo ano de sua existência e de peregrinação internacional. Na atual edição, esperamos por um total de 300 participantes, dentre os quais estão confirmados conferencistas brasileiros e estrangeiros, das Américas, da Europa e de África.

 

 

 Justificativa

 

            A ideia de uma história única, de uma epistemologia e fazeres científicos únicos passou por muitos movimentos de crise ao longo do século XX, nas muitas viradas – ou revoluções científicas – que voltaram o discurso das Ciências Humanas primeiro para a linguagem (a virada linguística), depois para o sujeito (virada subjetiva) e para as múltiplas entradas do cotidiano e da cultura na compreensão dos fazeres humanos (Bachelard, 2006; Arfuch, 2010; Kuhn, 2013; Santos, 2010), o que pode ser notado pela forte presença de áreas como os Estudos Culturais, os Estudos Feministas, os Estudos Subalternos no receituário do que chamamos de Humanidades. Noções hegemônicas, que pareciam sólidas em seus espaços discursivos passaram a concorrer com outros discursos oriundos de outros fazeres e que desnudaram o caráter etnocêntrico de noções antes percebidas e naturalizadas como incontornáveis às análises do tecido social.

            Dessa forma, conceitos como o de Homem, para se referir ao conjunto de sujeitos da sociedade ou História, para se referir à narrativa ocidental deixavam de fora todos os que não conseguiam enquadrar-se nessas noções e a História do Homem sistematicamente ignorava as mulheres, os negros, os perdedores, a resistência e os processos de formação etc. Muitas dessas noções tentam dar conta, nos diferentes campos de atuação das Ciências Humanas desse outro lugar discursivo seja como debate e produção teórica ou em movimentos que propõem outras miradas metodológicas.

            É a partir desse lugar que falamos de Horizonte enquanto lugar e de Humano enquanto algo possível e que se transforma na medida em que nos movemos. As noções de limiar, entre lugar, e a crise que opera o prefixo “pós” é o que nos interessa enquanto fenômeno epistemológico, de linguagem e educativo.

            No VI Simpósio Horizontes Humanos:  “Narrativas, Formações e Práticas de Resistência em tempos de incerteza e intolerância”, entendemos que as práticas educativas, discursivas e epistemológicas,  não produzem verdade, mas uma verdade provisória, e é sobre esse provisório que nos debruçamos, sobre o que ainda está sendo desenvolvido, produzidos, reelaborado em nossas análises sociais e educativas e que, no próprio movimento dialógico da ciência, podem adentrar ou não o que chamados de tradição.

            Em sua versão brasileira e brasiliense, entendemos que a abertura para o diálogo com diversas fontes, modos de produção e fazeres oriundos de diversas partes do mundo podem colaborar para uma maior relação entre as nossas formas de fazer, e outras formas existentes em outros contextos educativos, gerando um ambiente criativo e inovador de produção, que esperamos, gere frutos como debates, propostas metodológicas, encontros de redes e grupos de pesquisa.

           

Objetivos gerais e específicos

 

 

Geral

 

Articular pesquisadores, redes, grupos e coletivos atuantes na construção de conhecimentos e práticas que incluem as contradições, as diferenças, as críticas e autocríticas como possibilidades para formação/compreensão dos sujeitos sem reduzi-los.

 

Específicos

 

Socializar narrativas, formações e práticas de resistência voltadas à emancipação humana desenvolvidas em contextos de incertezas e intolerâncias.

 

Refletir como outras práticas, outras narrativas e outras formações, que não sejam as ofertadas pelos espaços já consagrados para a circulação destes fenômenos, têm a oferecer como possibilidade de uma outra compreensão do humano, de outras humanidades e do conhecimento.

Dialogar sobre as produções teóricas, epistemológicas e metodológicas, advindas dos diferentes campos de atuação das Ciências Humanas, favoráveis à promoção de processos educativos que percebem o sujeito a partir de sua construção cultural.

 

Comissão Organizadora;

  • Rodrigo Matos de Souza (Presidente) – UnB
  • Rita Silvana Santana dos Santos, UnB
  • Wivian Weller, UnB
  • Paula Balduino de Melo, IFB
  • Larissa Ferreira Regis Barbosa, IFB
  • Liliane Campos Machado, UnB
  1. d) Comissão Técnico-Científica;
  • Rodrigo Matos de Souza (Universidade de Brasília)
  • Angel Monterrubio Perez (Universidad de Castilla–La Mancha)
  • Larissa Ferreira Regis Barbosa (Instituto Federal de Brasília)
  • Dolores Limón Domínguez (Universidad de Sevilla)
  • José Pascual Mora García (Universidad de los Andes)
  • Miguel Alberto González González (Universidad Católica de Pereira)
  • Alcina Manuela Oliveira Martins (Universidade Lusófona do Porto)
  • Luis Fernando Valero Iglesias (Universitat de Rovira i Virgili)
  • José González Monteagudo (Universidad de Sevilla)
  • Elizeu Clementino de Souza (Universidade do Estado da Bahia)
  • Delmary Vasconcelos de Abreu (Universidade de Brasília)
  • Ricardo Antonio Castaño Gaviria (Universidad Tecnológico de Antioquia)
  • Rita Silvana Santana dos Santos (Universidade de Brasília)
  • Antônio Carlos Monteiro Teixeira Sobrinho (Universidade do Estado da Bahia)
  • Paulo Manuel Teixeira Marinho (Universidade do Porto)
  • Paulo Sérgio de Andrade Bareicha (Universidade de Brasília)
  • Francisco Rengifo Herrera (Universidade de Brasília)
  • Márcia de Freitas Cordeiro (Universidade Federal da Bahia)
  • Paula Balduino de Melo (Instituto Federal de Brasília)